Como plantar eucalipto no pasto: 5 dicas para ter sucesso
Como plantar eucalipto no pasto: 5 dicas para ter sucesso

Como plantar eucalipto no pasto: 5 dicas para ter sucesso

Entre os parceiros florestais da Bracell, existem aqueles que eram pecuaristas e decidiram mudar de atividade e migrar para o cultivo de eucalipto. Talvez, você, leitor, esteja pensando nessa mesma possibilidade. 

Mas será que todo pasto pode ser transformado em uma plantação de eucalipto ou existem algumas restrições?

Se essa pergunta já passou pela sua cabeça, fique tranquilo, pois preparamos um conteúdo especial com 5 dicas ensinando a como plantar eucalipto no pasto e quais cuidados devem ser tomados no momento do plantio. 

Além disso, também falamos sobre como o eucalipto colabora com a preservação ambiental.

Continue a leitura e confira! 

Eucalipto pode ser plantado em pasto?

Como plantar eucalipto no pasto

Foto: Adobe Stock

 

O pé de eucalipto pode ser plantado no pasto, no entanto, não são todas as áreas de pastagens que estão aptas para essa atividade.

Algumas pastagens, por exemplo, ocupam, irregularmente, margens de rios, córregos e nascentes, ambientes considerados áreas de preservação permanente (APP) pelo Código Florestal Brasileiro (Lei. nº 12.651/2012) e não podem ser utilizadas para cultivos agrícolas. 

Além disso, locais que apresentam solos poucos profundos – seja pela presença de rochas ou por serem muito próximos ao lençol freático – não são opções viáveis para o plantio do eucalipto. Essas condições dificultam o desenvolvimento da raiz das árvores, que precisam de uma profundidade mínima de um metro para se manterem saudáveis. 

As pastagens que apresentarem excesso de umidade também não são consideradas aptas para esse tipo de cultura. Alguns terrenos tendem a permanecer alagados, principalmente durante os períodos chuvosos, e esse excesso de umidade vai impactar ou inviabilizar o crescimento das árvores.

Apesar disso, é importante lembrar que, no período de plantio, a umidade favorece o desenvolvimento das mudas de eucalipto. Por esse motivo, plantá-las em épocas de chuva é uma boa estratégia quando não se dispõe de irrigação. 

Dicas sobre como plantar eucalipto no pasto

Transformar uma área de pastagem em plantação de eucalipto é uma decisão que precisa ser embasada em uma série de orientações. Iremos dar essa explicação em poucos passos fundamentais para que você tenha sucesso nesse empreendimento. Confira! 

1. Projete o lucro

O primeiro passo para transformar um pasto em uma plantação de eucalipto é o planejamento. Antes mesmo de iniciar o plantio, o produtor rural deve fazer um levantamento da área, saber se ela está apta, prever o investimento necessário e mapear todos os custos para a implantação e manutenção da floresta de eucalipto, como mão de obra, mudas e os insumos necessários. 

Além disso, é fundamental saber os objetivos dessa plantação. O uso da madeira será para energia, celulose, serraria, construção civil ou terá outra finalidade? Isso é importante pois diferentes estratégias de manejo serão adotadas em cada caso.

Todo esse levantamento irá te ajudar a projetar a viabilidade econômica e mapear a rentabilidade que essa atividade pode trazer para o seu negócio. Por esse motivo, antes de qualquer passo, é fundamental reunir informações e estudar sobre as necessidades e perspectivas desse empreendimento.

2. Planeje o sistema de plantio 

Após realizar o planejamento, é hora do início das operações. Antes do plantio, é essencial fazer um combate às formigas cortadeiras, as maiores pragas dos plantios de eucalipto. Esse processo deve ser muito bem feito, utilizando isca formicida, e deve ocorrer, de preferência, 120 dias antes do plantio e antes do preparo do solo.

Outra questão importante a ser avaliada é o controle de cupins-de-montículo. Comumente, pastagens velhas ou pouco produtivas apresentam uma grande quantidade de cupinzeiros, que precisam ser controlados antes de qualquer intervenção no solo, para evitarmos a dispersão desta praga. Isso evitará danos ao plantio, aumentará sua área útil e facilitará o trafego das máquinas. 

A análise de solo pode ser realizada antes ou depois do controle de formigas e cupins, contudo, é importante que seja feita com antecedência, pois, é importante que adubo esteja disponível para a planta logo após o plantio. E, dependendo do resultado da análise, pode ser necessário até mesmo antes do plantio, como é o caso da calagem, aplicação de calcário, que demora a ser solubilizado e consequentemente não estará prontamente disponível para a planta se o aplicarmos na data de plantio.

Após o controle das pragas acima, deve-se realizar o controle das plantas daninhas, que pode ser feito por meio de roçada, capina ou dessecação, com aplicação de herbicidas, recomendados conforme necessidade e tipo de planta daninha, por um profissional habilitado. 

Em seguida, é o momento de iniciar a preparação do solo. O preparo do solo poderá ser realizado de forma manual, a partir da abertura de cova, ou mecanizado, em uma operação conhecida como subsolagem. Nesta etapa, é importante considerar o tipo de solo, declividade da área e as condições climáticas adequadas para a subsolagem. De forma geral, quanto mais duro o solo, mais profunda deverá ser a subsolagem. 

Outro ponto importante está relacionado à relação dessecação das plantas daninhas e subsolagem. Quando realizamos a subsolagem logo após a dessecação, corre-se o risco de que as raízes das daninhas ainda estejam fortemente fixadas ao solo, o que faz com que o solo se torne mais susceptível a erosão em períodos chuvosos.

3. Selecione as espécies de árvores

A escolha do material genético (clone) também é um processo fundamental. O ideal é que o produtor rural escolha uma espécie adaptada ao tipo de solo e condições climáticas da região, caso contrário, o resultado do plantio pode não ser o esperado.

4. Escolha mudas adequadas

Assim como o clone, as mudas também precisam ter um determinado padrão de qualidade para garantirmos um bom resultado. As mudas devem estar rustificadas, ter entre 20 a 45 cm de altura, não apresentar galhos laterais, ter pelo menos 3 pares de folhas e apresentar um sistema radicular bem desenvolvido e sem enovelamento. Acompanhar a sobrevivência dessas mudas aos 10, 20 e 30 dias após o plantio é essencial para garantirmos uma boa produtividade e desenvolvimento do plantio.

5. Aprenda sobre os tratos culturais

O produtor rural e seus colaboradores precisam entender a fundo os tratos necessários para o sucesso da plantação de eucalipto.

A fertilização do plantio variará em função da análise de solo e deve ser realizada, de maneira geral, em duas ou três etapas: 

  • Antes do plantio (de preferência junto à subsolagem); 
  • Entre 90 a 120 dias após o plantio; e 
  • E, se necessário, uma adubação entre 300 a 360 dias após o plantio. 

Lembre-se: o atraso nessas operações pode comprometer o desenvolvimento das plantas. 

Durante o plantio em épocas secas, onde o solo está com pouca umidade, as mudas devem ser irrigadas com 3 a 5 litros de água por planta. A depender da região onde estamos plantando, é importante garantir outras irrigações nos dias seguintes ao plantio.

O replantio (reposição das mudas mortas) deve ser feito em até 30 dias para não comprometer a homogeneidade entre as plantas (altura, tamanho da copa, vigor, etc.).

É necessário, também, monitorar a ocorrência de mato competição, pragas (formigas, lagartas, etc.) e doenças ao longo de todo o ciclo da floresta, controlando-as quando necessário. 

Saiba como plantar eucalipto no pasto ajuda na preservação ambiental 

Qualquer tipo de plantio agrícola precisa seguir uma série de requisitos, dentre eles as leis de preservação ambiental, contidas no Código Florestal Brasileiro, como citamos no início do texto. Isso é ainda mais importante no setor florestal, pois as empresas que comprarão sua madeira só o farão se a sua fazenda atender a todos os requisitos legais necessários. 

Como sabemos, a preservação de florestas nativas na beira dos rios, nos topos de morro e em diversas outras situações nos ajudam a preservar o solo, a fauna, a flora e os recursos hídricos naturais. 

Um ponto importante aqui é que o plantio de eucalipto no entorno dessas áreas protegidas também promoverá uma série de benefícios ambientais, como:

  • Melhoria na qualidade do ar;
  • Conforto térmico;
  • Maior sequestro de gases efeito estufa;
  • Redução da intensidade de erosão;
  • Recuperação das áreas degradadas;
  • Redução da pressão sobre as florestas nativas;
  • Preservação da fertilidade dos solos;
  • Preservação da vegetação nativa;
  • Redução no assoreamento de riachos, rios e lagos.

O solo onde ocorre o plantio também é favorecido, uma vez que: 1) fica protegido contra erosão; 2) tem sua taxa de mineralização da matéria orgânica reduzida (devido ao sombreamento); e 3) tem a sua amplitude térmica reduzida (devido ao sombreamento da copa e da serapilheira). 

Falamos mais sobre isso no artigo: Desvendando a crença do “deserto verde”. 

Esteja preparado para o sucesso no campo 

Esperamos que você tenha aprendido mais sobre como plantar eucalipto no pasto. A diversificação de culturas dentro da propriedade pode ser uma interessante alternativa de renda para o produtor rural. Não se esqueça que trabalhar em parceria com um profissional qualificado é sempre uma boa pedida. 

Caso tenha ficado com alguma dúvida, fique à vontade para compartilhar com a gente nos comentários. Teremos o maior prazer em lhe responder!

Autor

Geovanni Barros

Engenheiro Florestal e mestre em Fisiologia Vegetal formado pela Universidade Federal de Lavras, Geovanni atua como Pesquisador na área de Ecofisiologia Vegetal da Bracell desde 2019.




Autor

Álvaro Lisboa

Técnico em Agropecuária e graduando em Engenharia Agronômica, Álvaro atua como Supervisor de Silvicultura na Bracell desde 2020. Tem mais de dez anos de experiência na área florestal, atuando com implantação de florestas de eucalipto em áreas de pastagem. Ingressou na Bracell em 2013, como Monitor Florestal de Silvicultura.




Autor

Tiago José Freitas

Engenheiro Florestal, pela Universidade Federal de Viçosa, Tiago também é doutor em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense, onde atuou com recuperação de ecossistemas degradados. Ele possui larga experiência de mercado e também na sala de aula, onde já lecionou disciplinas como Legislação e Licenciamento Ambiental; Avaliação de Impactos Ambientais; Ecologia e Meio Ambiente, e Recuperação de áreas Degradadas. Integra o time da Bracell desde abril de 2022 como Analista de Negócios Ambientais.

Conte-nos o que achou do texto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notifique-me por e-mail quando meu comentário for respondido.

Comentários

Agradeço as orientações. Sempre é importante levar em consideração a experiência já obtida por especialistas na área!

Olá, Cirene!

Muito obrigada pelo seu comentário. Ficamos muito felizes que tenha gostado do texto.

Volte mais vezes, publicamos novos conteúdos com frequência. Forte abraço!

Texto esclarecedor e muito interessante para interessados no plantio do eucalipto. Muito bom mesmo; gostaria de ter mais conhecimento sobre o assunto. Ao que agradeço. Cordialmente,

Olá, Augusto!

Muito obrigada pelo seu comentário. Ficamos muito felizes que tenha gostado do texto.

Volte mais vezes, publicamos novos conteúdos todos os meses. Forte abraço!

Outras publicações que você pode gostar

Receba o contato de um especialista da Bracell para conhecer melhor o nosso modelo de negócio florestal

Preencha o formulário e, em até 3 dias úteis, um
especialista Bracell entrará em contato com você.










    Não se preocupe, suas informações estarão seguras.