Saiba como fazer a correção do solo para a produtividade agrícola
Saiba como fazer a correção do solo para aumentar a produtividade agrícola

Saiba como fazer a correção do solo para aumentar a produtividade agrícola

Realizar a correção do solo é uma etapa que merece bastante atenção do produtor rural. Afinal, manter o solo fértil e apto para fornecer à planta os nutrientes que ela precisa é um fator determinante para a produtividade de qualquer cultura.  

Nesse artigo, vamos falar sobre os corretivos agrícolas e fertilizantes, explicar o que deve ser considerado antes de utilizá-los e abordar como se dá a correção do solo nas florestas plantadas de eucalipto.

Continue com a gente! 

Por que cuidar e fazer a correção do solo? 

O solo tem uma importância fundamental para a atividade agrícola, pois dele são extraídos nutrientes essenciais para o desenvolvimento de lavouras e florestas. 

A exemplo disso, a maior parte do que consumimos em termos de alimentos, fibras e energia, é produzido tendo o solo como base. 

Esse recurso também atua como um grande reservatório de carbono, o que contribui para a regulação da temperatura do planeta e a mitigação do efeito estufa.

No entanto, mesmo possuindo tanta importância, uma parte dele está degradada. 

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), em 2016, 33% dos solos do mundo e 50% dos solos latino-americanos estavam comprometidos por processos de erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação.  

O que é a correção da fertilidade do solo? 

Para manter o solo saudável, fértil e produtivo, é importante conhecer a sua capacidade atual de fornecer nutrientes às plantas e fazer as devidas correções, quando necessário. 

De maneira geral, tal correção do solo nada mais é do que um conjunto de técnicas que visa aumentar a fertilidade desse recurso natural por meio da aplicação de corretivos agrícolas e fertilizantes, conforme a necessidade de cada cultura e região. 

Qual o primeiro passo para fazer a correção do solo e aumentar a sua fertilidade? 

Para corrigir a fertilidade do solo, a primeira e mais importante etapa é a realização de uma análise criteriosa desse ativo. Para isso, são retiradas amostras de terra nas quais são identificadas as características do solo em questão.  

A Embrapa aponta alguns critérios que devem ser observados para a realização desta amostragem:  

  1. A área deve ser dividida em glebas homogêneas de até 20 hectares; 
  2. Antes de coletar as amostras, devem ser retirados detritos, vegetações e restos culturais na área de coleta; 
  3. É preciso evitar locais próximos a manchas de solo, currais, depósitos de insumos, cupinzeiros e formigueiros; 
  4. Deve-se amostrar cada área separadamente e, ainda, retirar subamostras de cada gleba em zigue-zague; 
  5. Faz-se necessário identificar corretamente cada amostra para enviá-las a um laboratório que realize análises de solo. 

Para caracterizar a fertilidade do solo, essas amostras devem ser submetidas a uma análise química, que deve avaliar, entre vários parâmetros, o pH e as quantidades de matéria orgânica, fósforo, potássio, cálcio e magnésio contidas neste solo e, também, a sua capacidade de reter e fornecer tais nutrientes para as plantas (CTC). 

Com estas informações, e levando em consideração as necessidades nutricionais específicas da cultura em questão, é possível prosseguir com a correção da fertilidade do solo. 

6 principais corretivos agrícolas de solo 

Quando falamos em corretivos agrícolas, estamos nos referindo a produtos que são capazes de neutralizar (diminuir ou eliminar) a acidez do solo. A prática por meio da qual são aplicados esses corretivos é denominada comumente de calagem. 

A calagem, além de corrigir a acidez, tem outra série de benefícios como: 

  • fornecer cálcio e magnésio para as plantas;
  • diminuir o efeito de elementos como o alumínio, que é tóxico para algumas culturas;
  • aumentar a disponibilidade de fósforo e a atividade biológica do solo; 
  • aumentar a eficiência da adubação;
  • proporcionar melhores condições para o desenvolvimento das raízes. 

Veja alguns dos principais corretivos utilizados no processo de calagem: 

  • Calcário agrícola – obtido por meio da moagem de rochas calcárias compostas por carbonato de cálcio e de magnésio;
  • Cal virgem (óxido) – feito industrialmente através da calcinação ou queima do calcário;
  • Cal hidratada (hidróxido) – resultado da hidratação da cal virgem;
  • Escórias de siderurgia (silicato) – subproduto industrial do aço e do ferro que apresenta o mesmo comportamento do calcário;

Principais fertilizantes para uso no solo 

Outra etapa da correção do solo está relacionada à aplicação de fertilizantes, prática comumente conhecida como adubação.

A adubação deve considerar a necessidade do solo e das plantas. E, tanto a quantidade quanto o tipo de fertilizante a ser aplicado, devem ser recomendados por profissionais com expertise na área. 

Conheça alguns dos principais tipos de fertilizantes utilizados para corrigir a fertilidade do solo:  

  • Fertilizantes nitrogenados: ureia, nitrato de amônio, nitrato de amônio e cálcio, sulfato de amônio, nitrato de cálcio, nitrato de potássio, fosfato monoamônio (MAP), fosfato diamônio (DAP).
  • Fertilizantes fosfatados: superfosfato simples, superfosfato triplo, termofosfatos, fosfatos de amônio (MAP), fosfato natural, fosfato parcialmente acidulado.
  • Fertilizantes potássicos: cloreto de potássio, sulfato de potássio, sulfato duplo de potássio e magnésio, nitrato de potássio.
  • Fertilizantes mistos: são constituídos por dois ou mais fertilizantes simples (como os citados acima). São o tipo de fertilizantes mais utilizados, por possibilitarem adicionar vários nutrientes ao solo numa única aplicação.

Correção de solo em florestas de eucalipto

A calagem em plantações de eucalipto tem por objetivo principal suprir as plantas em cálcio e magnésio, já que essa é uma espécie adaptada a solos ácidos. Preferencialmente, o calcário pode ser aplicado a lanço em área total, idealmente de 3 a 4 meses antes do plantio. 

As adubações com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) e micronutrientes (B, Cu e Zn) no início do plantio são também essenciais para o estabelecimento das mudas e um arranque satisfatório dos plantios. Os fertilizantes devem ser localizados próximos – mas não em contato – com às raízes, no sulco de plantio (30 cm de profundidade) ou em pequenas covas ao lado das mudas (15 a 20 cm).

Após a fase inicial do plantio florestal (3 a 4 meses de idade), são realizadas de uma a duas adubações de manutenção com fertilizantes contendo nitrogênio, potássio, enxofre e boro. Estes fertilizantes podem ser aplicados em cobertura (sobre o solo) nas entrelinhas de plantio.

Correção do Solo

Análises foliares dos plantios, após 1 ano de idade, podem auxiliar o produtor a identificar possíveis deficiências nutricionais nas árvores que devem ser corrigidas por meio de adubações complementares. 

É importante ressaltar que todas as operações de correção do solo e adubação devem ser realizadas após o controle das ervas daninhas, caso contrário estas acabarão competindo com as plantas de eucalipto por fertilizantes, água e luz, reduzindo a eficácia das adubações.

Em síntese 

Para se obter boa produtividade, é essencial considerar as necessidades nutricionais da cultura cultivada e a capacidade do solo em fornecer nutrientes. 

Por isso, é importante que o produtor rural analise seu solo e, a partir das informações obtidas nesta análise, realize as práticas de correção do solo e adubação mais adequadas para cada local. É válido, por fim, ressaltar que o acompanhamento de um profissional especializado é primordial para obter recomendações técnicas precisas, que tragam os melhores resultados com o menor custo possível. Este profissional deverá estar capitado para indicar, com assertividade, os produtos a serem aplicados, a dosagem, época e forma de aplicação. 

Caso tenha ficado com alguma dúvida, escreva abaixo nos comentários, que teremos o maior prazer em lhe responder!

Autor

Liamara Masullo

Doutora em Recursos Florestais pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), Liamara é Engenheira Florestal graduada pela Universidade Federal de São Carlos e Mestra em Recursos Florestais pela ESALQ-USP. Possui experiência na área de Silvicultura e Manejo Florestal com foco em Solos e Nutrição de plantas. Atualmente, é Pesquisadora de P&D em Nutrição Florestal na Bracell, sendo responsável pelas recomendações de adubação e pesquisas voltadas à nutrição florestal na unidade da empresa situada na Bahia.




Autor

Álvaro Palacio

Mestre em Recursos Florestais pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), Alvaro é graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Nacional da Colômbia. Possui experiência em manejo de solos, nutrição e experimentação florestal. Atualmente, é Especialista de P&D em Solos e Nutrição Florestal na Bracell, sendo responsável pelas recomendações de adubação e pesquisas em manejo nutricional das florestas de eucalipto nas unidades da empresa em São Paulo e Mato Grosso do Sul.

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